Você já ouviu falar em gamification, ou gamificação em português? A gamificação significa aplicar elementos dos jogos em contextos fora do lazer. No mundo empresarial, a estratégia é utilizado para promover o engajamento e melhorar o customer experience. Veja mais neste artigo!
“Gamificação é a arte de extrair toda a diversão e os elementos engajantes dos jogos e aplicá-los em atividades produtivas do mundo real.”
É assim que o conceito é definido por Yu-kai Chou, pioneiro da gamificação, consultor e palestrante internacional sobre Gamificação e Behavioral Design e fundador da The Octalysis Group.
De acordo com um estudo realizado pela Pesquisa Game Brasil, 75,5% dos brasileiros se divertem com jogos eletrônicos, independentemente da plataforma. Mostrando o potencial que os jogos têm de prender as pessoas. E exatamente por isso que os games começaram a ser aplicados para outros fins, inclusive no meio empresarial, especialmente no marketing e em treinamentos.
Quer entender mais sobre o assunto? Continue lendo!
O termo gamification, ou gamificação em português, significa, nada mais, do que aplicar elementos de jogos em contextos fora do lazer. O conceito também é conhecido como ludificação, ou seja, tornar lúdico ou semelhante a um jogo.
A gamificação se baseia no game thinking, conceito que abrange a integração da gamificação com outros saberes do meio corporativo e do design. Nesta estratégia, são oferecidos estímulos ao jogador, como passar de fase ou ganhar um prêmio, na tentativa de alcançar respostas desejadas.
Esta é uma técnica que tem sido cada vez mais utilizada como ferramenta de marketing. Nas empresas, para realizar a gamificação deve se desenvolver programas a fim de atrair mais clientes. No entanto, para garantir que essa estratégia seja bem desenvolvida, é fundamental contar com boas ferramentas.
“O gamification nasce com o olhar dos desenvolvedores de softwares, que queriam encontrar uma forma mais interessante para fazer seu trabalho e usavam elementos dos games para melhorar a experiência dos usuários”, afirma Flora Alves, fundadora da SGconsult e autora do livro Gamification.
O conceito existe desde os anos 1970, quando era associado a programação e desenvolvimento de softwares. Já nos anos 1980, inovadores como Daniel Burrus teorizaram sobre a Gamificação, ainda que na época não houvesse o termo “gamification” em si.
Em 2002, Nick Pelling, programador de jogos, aplica o termo “gamification” em sua startup Conundra. A proposta era fazer com que fabricantes tivessem plataformas de entretenimento em seus dispositivos eletrônicos. O projeto em si foi um fracasso. No entanto, acredita-se que o termo tenha nascido a partir daí.
Contudo, apenas em 2010 que o conceito ganhou popularidade. Começou a ser tema de vários livros e palestras, a exemplo da TED Talk de Jane McGonical sobre como os jogos podem fazer um mundo melhor.
No entanto, quem inovou e popularizou a gamificação foi Yu-Kai Chou, especialista em Behavioral Design e inventor da metodologia Octalysis Framework. Por vinte anos, ele pesquisou o comportamento das pessoas em relação aos jogos e, em 2010, quando a gamificação virou tendência no mundo dos negócios, ele estava pronto para oferecer soluções a empresas.
De acordo com uma pesquisa realizada pela Newzoo, temos aproximadamente 2.5 bilhões de pessoas que jogam ao redor do mundo. Apenas no Brasil, estima-se que 66,3% das pessoas jogam independentemente do tipo de dispositivo e possuem idade média entre 25 e 34 anos, segundo dados da Game Brasil.
Outros estudos mostram que colaboradores se sentem mais motivados quando há elementos de jogos em seus treinamentos, cerca de 83% responderam positivamente. Além disso, segundo uma pesquisa feita pelo TalentLMS, 89% dos colaboradores afirmaram que a gamificação fez eles se sentirem mais produtivos e 88% respondeu que a gamificação faz com que se sintam mais felizes no trabalho.
Por conta dos dados acima, o mercado de gamification no mundo aumentou de 421,3 milhões de dólares em 2013 para 5,5 bilhões em 2018 e a tendência segue sendo de alta.
Estes números mostram que aplicar elementos de jogos em atividades cotidianas pode ajudar no engajamento e na motivação.
Implementar programas de gamificação na sua empresa influencia diretamente o comportamento dos colaboradores, de forma que eles possam atingir as metas organizacionais com mais facilidade.
Quais comportamentos? Bem, vai depender muito do que cada atividade que você elaborou irá exigir.
Em um determinado jogo, é possível explorar estratégias, em outros a interação e trabalho em equipe, já alguns pedem disciplina, pois deve-se completar pequenas missões diárias.
Veja a seguir alguns benefícios da gamificação na prática!
Ao adotar uma estratégia de gamificação, a empresa coloca os funcionários em contato com um universo lúdico, despertando a criatividade deles.
Além disso, os jogos encorajam o jogador a se arriscar para vencer cada desafio e conquistar cada objetivo, e para isso é preciso pensar em saídas alternativas, a errar para acertar.
Dessa forma, os colaboradores se sentirão mais seguros para colocarem exporem suas ideias e opiniões. Se uma sugestão não dá certo, é só partir para outra.
A implementação de gamificação na empresa faz com que a satisfação e o desempenho dos funcionários aumente, além de estimular a motivação dos colaboradores.
Naturalmente, a gamificação traz à tona o instinto competitivo natural de cada um. Afinal, ser visto como alguém que joga bem, que colabora e está evoluindo na organização, é muito gratificante. Ao mostrar esses resultados através de um ranking, as pessoas são incentivadas a querer jogar e alçar boas posições também.
À medida que equipes ou indivíduos sobem de nível no jogo, as outras não vão querer ficar para trás. E isso se intensifica ainda mais se há outras recompensas envolvidas. Por isso elas vão querer sempre se manter ativas na competição, se empenhando para completar os objetivos.
Quando a competição é saudável, ela não gera estresse e se torna uma atividade satisfatória. Esses jogos podem promover uma atmosfera descontraída, na qual as pessoas envolvidas se divertem, ficam mais inspiradas, interagem e colaboram umas com as outras.
Ou seja, além de todos os benefícios acima, a gamificação ainda promove o bem-estar geral e a percepção positiva da empresa na visão dos colaboradores.
Elementos da gamificação têm o poder de instigar as pessoas a se envolverem mais com as atividades que fazem parte do seu cotidiano.
As técnicas de jogo aplicadas no ambiente de trabalho incentivam o engajamento nos processos da empresa, pois, através das dinâmicas, os colaboradores adquirem um maior senso de pertencimento a uma equipe e o seu comprometimento com a organização também irá ser fortalecido.
O coreano Yu-Kai Chou, um dos pioneiros da Gamificação, desenvolveu a metodologia Octalysis, um octógono no qual os 8 pilares da gamificação estão estruturados.
Trata-se de dar um propósito para o jogador. É preciso que ele sinta que tem uma missão a cumprir. Neste pilar, o indivíduo acredita estar fazendo algo maior que ele ou que foi “o escolhido”.
Dessa forma, o indivíduo se dedica àquilo por acreditar estar fazendo algo de uma importância muito grande.
Esse polo é baseado em ganhar coisas arbitrárias como recompensas, como por exemplo pontos ou medalhas. Assim, melhorar, ganhar mais experiência e desenvolver habilidades faz com que o indivíduo tenha uma sensação de satisfação, afinal, conquistar desafios é recompensante.
Neste pilar, as táticas envolvem a promoção da realização pessoal do usuário e o aumento do seu potencial. Assim, ao expressar a criatividade, será possível visualizar e perceber os resultados dos experimentos criativos, tendo feedback sobre isso.
Uma motivação em comum entre indivíduos é a motivação pela conquista. Seja um objeto material quanto benefícios ou vantagens.
Quanto mais batalhamos pela conquista, mais ela tem valor. Nesse caso, essa é a materialização que pode servir como validação do segundo pilar “desenvolvimento e realização”.
Esse pilar diz respeito ao sentimento de comunidade e pertencimento, tanto quanto ao de competição. Pois, ele está diretamente ligado à motivação de ultrapassar outra pessoa que está na frente, além de se relacionar ao desejo de fazer parte de um grupo que nos identificamos ou temos algo em comum. Neste caso, fazer parte de um grupo que está na frente e ganhando.
Nada como a presa ou a penúria para motivar, às vezes. Isso acontece pelo simples fato de associarmos a escassez à raridade, tudo que é escasso ou difícil gera o sentimento de grande valia. Se não conseguimos ter aquela coisa naquele momento que desejamos, inicia-se um processo de impaciência e ansiedade, gerando um desconforto que só será sanado na conquista.
Nem tudo deve ser regrado e controlado, os usuários podem gostar de surpresas. A curiosidade e a imprevisibilidade nos engajam e motivam a continuidade de um processo gamificado. Dessa forma, a motivação de querer descobrir o que vai acontecer em seguida gera o engajamento na gamificação.
Há certas coisas de que eles devem ter medo que aconteça e fazer de tudo para evitar. É essa motivação que nos faz continuar trabalhando para não perder alguma coisa que já conquistamos. Essa motivação costuma ser diretamente proporcional à dificuldade da conquista, ou seja, quanto mais difícil foi de conquistar alguma coisa, mais dolorosa seria a perda, e é por isso que nos esforçamos para mantê-la.
Em uma estratégia de gamificação devem ser utilizados elementos presentes em jogos. Os elementos mais básicos e que determinam a estrutura do jogo são os que fazem parte das dinâmicas, e nos ajudam a entender na prática o que é gamificação. Veja a seguir o que levar em consideração no momento de criação!
A emoção é um elemento chave para o engajamento na gamificação, pois ela conecta o indivíduo a atividade, além disso, uma das melhores formas de perceber se um jogo é imersivo ou não é notar as emoções que ele causa nos jogadores.
O storytelling é uma prática conhecida como a arte de contar histórias, que busca desenvolver histórias ou narrativas com objetivo de entreter, educar, preservar a cultura ou incutir valores morais.
Na gamificação, esse recurso é utilizado principalmente para engajar o público-alvo e gerar interesse pelo conteúdo compartilhado. Ou seja, ele acaba se tornando uma estratégia para chamar atenção e tornar a prática mais prazerosa e interessante
Para estimular as pessoas, um jogo precisa ter uma narrativa, construída a partir do storytelling: uma técnica para criar histórias que façam sentido na situação. Se ela for interessante e alinhada ao objetivo da empresa, com certeza irá engajar e ser efetiva.
As inspirações para elaborar a narrativa podem ser os valores da organização e as histórias dos próprios colaboradores, por exemplo.
Essa é uma representação visual do personagem do jogador. Esse elemento está diretamente relacionado ao recurso de storytelling, pois o personagem criado precisa estar ambientalizado na história. Dessa forma, o avatar funciona como uma ferramenta que auxilia na imersão do participante na dinâmica ali proposta.
Por meio de jogos também são criadas relações e interações sociais. Por meio dos jogos eles encorajam uns aos outros, comparam resultados e fornecem feedback.
Também é através desta interação que a gamificação pode incentivar o trabalho em equipe, para os colaboradores atingirem metas em conjunto até mesmo nas atividades da empresa.
O desafio é a motivação para os participantes se esforçarem para alcançar os objetivos do jogo. Para isso, devem ser trabalhados três recursos: desafio, conquistas e missões. Estes três elementos vão gerar interesse nos participantes para que se mantenham ativos.
A recompensa também é um recurso que serve para estimular o interesse do participante, por isso precisa ser implementado de maneira totalmente estratégica para cumprir com o seu papel.
Para isso, podem ser utilizadas diferentes formas de recompensa:
A gamificação pode ajudar quatro áreas chaves para melhorar a experiência do cliente. Veja a seguir quais são!
Hoje em dia, há uma abundância de informações disponíveis para os clientes realizarem uma compra. No entanto, esse número de informações pode ser excessivo e sobrecarregar o consumidor.
Ao gamificar esta etapa para o cliente, você estará enriquecendo significativamente o engajamento e a experiência dele com a sua marca.
Você pode realizar este processo ao adicionar um quiz ou um jogo interativo. Assim, você não apenas ajudará o cliente, mas também poderá fazer recomendações para ele.
As campanhas de marketing e de promoção influenciam como os clientes vêem a sua marca. Iniciativas gamificadas vão ajudar a gerar uma positiva percepção para eles. O marketing gamificado pode promover seus produtos e serviços por meio de jogos interativos e emocionantes, distribuindo prêmios divertidos e atraentes.
As páginas de suporte ao cliente ou de solução de problemas costumam ser uma das páginas mais importantes e mais visualizadas dos sites da empresa. Os clientes que acessam essas páginas estão enfrentando alguns problemas e já costumam estar estressados. Tornar complexo o processo de suporte ou o acesso às informações pode incomodá-los ainda mais.
Ao gamificar o processo de solução de problemas ou de sua página de perguntas frequentes, ajudará a aliviar o estresse. Use do gamification para descobrir o problema e apresentar soluções de acordo.
Um simples passo-a-passo pode se tornar uma experiência super divertida, assim como manuais de serviço ou PDFs não precisam ser chatos e podem ser substituídos por uma experiência interativa.
A gamificação pode refinar os programas de fidelidade e as recompensas entregues. Além de impulsionar a experiência do cliente, também vai garantir que os consumidores se engajem com seus programas, melhorando a satisfação deles e fazendo com que se tornem clientes recorrentes.
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